sábado, 12 de novembro de 2011

A um poeta




Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha e teima, e lima , e sofre, e sua!

Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço: e trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua
Rica mas sóbria, como um templo grego

Não se mostre na fábrica o suplicio
Do mestre. E natural, o efeito agrade
Sem lembrar os andaimes do edifício:

Porque a Beleza, gêmea da Verdade
Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.
Olavo Bilac

Um comentário:

  1. Olá minha querida.
    Fico sempre com um sorriso por poder partilhar da poesia que escolhes. Neste caso um bonito soneto que nos descreve a arte recatada e silenciosa de escrever. É verdade, quem escreve trabalha, teima, sofre sua e chora também.
    Um beijinho muito grande. Deus te abençoe.
    Dulce

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